As marés são o resultado da soma dos efeitos combinados causados pela atracção gravitacional da Lua e do Sol.
Contudo, é a Lua que mais interessa, uma vez que está mais perto da Terra.
Por outras palavras, há uma diferença muito maior no campo gravitacional da Lua entre a superfície mais próxima da Terra, o centro da Terra, e a superfície mais distante, quando comparado com o Sol.
Isto significa que a contribuição da Lua para as marés na Terra é cerca do dobro da influência do próprio Sol.
A razão pela qual a Lua tem um efeito maior nas marés do nosso planeta não tem que ver com a magnitude da sua força gravitacional sobre a Terra, mas apenas porque está mais próxima de nós do que o Sol.
E porque está mais próxima, a Lua está constantemente a “atrair” a água do planeta Terra.
Lua versus Sol: Quem É Mais Influente Sobre a Terra?
A atracção gravítica entre a Terra e o Sol é mais do que 177 vezes aquela que se regista entre a Terra e a Lua.
Mas, dado que o Sol está 390 vezes mais distância da Terra do que a Lua, é a Lua que governa e regula o movimento de marés.
Há uma grande diferença – 6 por cento – na força gravítica exercida sobre a água quando comparamos as superfícies mais próxima e mais distante da Terra.
É precisamente esta diferença entre os dois lados da Terra que é relevante na criação das marés, e não a força gravítica absoluta.
O impacto do Sol nas marés é apenas 44 por cento do da Lua, ou seja, ligeiramente menos de metade.
Maré Alta (Preia-Mar) e Maré Baixa (Vaza)
Quando a Lua está alinhada com um lado da Terra, puxa a água, provocando uma maré alta ou cheia.
Uma vez que a Terra gira sobre o seu próprio eixo, a Lua completa uma órbita à volta dos nossos céus a cada 24 horas e 50 minutos.
Assim, podemos observar dois picos de maré – bem como duas marés vazas – mais ou menos a cada 12 horas.
Dado que a Lua gira à volta da Terra, não se encontra sempre no mesmo local à mesma hora do dia.
Por isso, todos os dias, os horários para as marés alta e baixa muda cerca de 50 minutos.
Sempre que a Lua, a Terra e o Sol estão perfeitamente alinhados, a soma da atracção gravítica do Sol e da Lua resultam em marés extremadas, ou seja, muito altas e muito baixas.
Quando a Lua se encontra entre a Terra e o Sol, temos uma Lua Nova. Quando a Lua está no lado oposto da Terra, mais afastada do sol, vemos a Lua Cheia.
Em ambos os casos, as marés são 20 por cento mais altas e mais baixas, respectivamente, quando comparadas com marés normais.
O Livro dos Recordes do Guinness indica que Burntcoat Head, na Baía de Fundy, Canadá, é o local do mundo com maior amplitude de maré: 16,3 metros.
As Marés e o Surf
As marés mudam as praias, mas também a forma como surfamos as ondas.
Com o tempo, experiência e observação, irá reparar que as marés podem ser mais importantes do que os indicadores habituais de ondulação, como o tamanho e o período.
Muitas vezes, se não sempre, as condições ideais de um local de surf são uma combinação sensível de marés, ondulação e vento.
É por isso que planear uma sessão de surf em torno da maré é, na maior parte das vezes, bastante stressante.
Em muitos locais, e com as condições certas de ondulação e vento, o surf só é possível em marés baixas e altas. Noutras zonas, a meia maré garante ondas de grande qualidade.
Para estabelecermos padrões de qualidade de surf acima da média temos que considerar todas estas variáveis, bem como a geomorfologia do fundo do mar e o recorte da costa.
A conclusão é a de que os surfistas têm que se adaptar aos tempos das marés de forma a conseguirem as melhores ondas num curto espaço de tempo.